06/01/06

"abrigo"



O senhor Souto Moura ( ou Souto de Moura ) quando foi convidado para projectar as estações de superfície do metro do Porto, desculpem de quem gosta muito do trabalho dele mas, são muito mal idealizadas.
Quando alguém aceita fazer um projecto destes tem que perceber ou estudar sobre o que é andar de metro, onde esse metro passa, quantas pessoas vai transportar, etc...
Vou directo ao assunto. As estações de superfície são todas iguais à que está na foto:
1º - no norte do país chove como o caraças.
2º - a cobertura da estação tem um pouco mais de um metro para a frente.
3º - quando chove,e em linha recta para o chão é raro, a malta por muito que chegue para dentro fica sempre com a chuva a bater ate aos joelhos.
4º - ora se chove até ai, toca a subir para os bancos de pedra, com o calçado e calças molhadas, sujando tudo.
5º - a cobertura e mais os bancos dão abrigo para umas 13 pessoas, e quando chove chegam a estar umas 20 e muitas pessoas ficam tipo gado ali debaixo.
6º - quando chega finalmente o metro que é bastante espaçoso as pessoas só entram nas duas portas que estão perto do "abrigo".
7º- para ajudar à festa, as 2 maquinas de passar o passe ( marcar o ponto ) também só se encontram no abrigo quando o metro tem 35m de carruagem com 6 portas, e por vezes há carruagens duplas ( 70m / 12 portas) entra tudo em apenas 2 portas.

engenheiros?! designer/arquitectos?! BAH!

8 comentários:

bycareca disse...

e para continuar a lista de coisas "boas" de um transporte que eu nao dispenso .... é precisamente quando está sol !!!
Só se consegue ler o que está no monitor da maquina de titulos e da de validações .... com muita ginástica !!!!

fernando lucas disse...

sim o metro é a melhor coisinha que inventaram para andar numa cidade. mas estas caixas do Moura.

indigente andrajoso disse...

entao é assim,

os abrigos tem uma altura aproximada de 3.5m, e a chuva com vento chega a ter 30º de inclinação, se fizeres as contas as coberturas para um abrigo desses e de aproximadamente 7 metros, se reparares a distancia do apeadeiro deverá ser uns 2 ou 3 metros...

ja faz sentido?

tas a pedir um milagre...

ja agora, quando andas na rua com o chapeu de chuva tambem nao te molhas? ou so te molhas debaixo dos abrigos?

percebo o desconforto, mas é inevitável... ou isso ou teres uns casulos em cada estação, que pode nao ser mau pensado, mas ha muitas condicionantes

num projecto desta dimensao entram diversos factores em conflito e as tantas ate pode ter sido o proprio financiador que queria tudo igual e o mais pequeno possivel para poupar dinheiro... queixa-te antes ao metro, nao aos projectistas

fernando lucas disse...

sim tens toda a razão sobre o que um projectista desenha até à construção do equipamento, vai uma distancia muito grande e o cliente acaba por deitar a baixo grande parte da ideia inicial por variado factores...
mas a culpa é tanto do Metro como instituição, como do arquitecto com a importância que ele tem em bater o pé.
porque é ele que assina o projecto e fica com um mau trabalho na rua.
serem todas iguais não chateia minimamente, chateia sim a função ou a falta de.
ter uma estação assim para umas 6 pessoas de pé em cima dos bancos é um uso do dinheiro que foi investido, não sou eu a inventar.
e porque será que o Souto Moura não colocou bancos (mesmo nenhum) na estação Parque Maia, quando ela é toda coberta e em vidro e ferro (e eu gosto dela), também não tinha euros para bancos? ou a malta da Maia é como os flamingos e descasa de pé?

indigente andrajoso disse...

ja me aconteceu ter 5 soluções para um dado projecto, chega o cliente e escolhe a pior," mas...mas...mas...", "desculpe...so tenho dinheiro para esta"...

como se bate o pé aqui?

fernando lucas disse...

mas tanto o souto moura como o siza são conhecidos por bater o pé para fazer os projectos à maneira deles.
exemplo: o pavimento na baixa do porto. extintores de serralves? como ele conseguiu ter extintores prateados numa sala toda branca. um bombeiro quando lá entrar numa urgência no meio de fumo vai ser difícil ele avistar algo tão camuflado. bem sei que um cilindro vermelho ali naquelas paredes estragava tudo, terá ele batido o pé para mudar as leis de segurança? e aquelas janelas lindas bem sei, que parecem telas gigantes, têm película contra raios UV?
as peças de arte de lá são actuais, mas daqui a umas centenas de anos deixam de ter e a qualidade e nessa altura os nossos bisnetos vão ver peças em mau estado. não estaremos a ser egoístas em ter um museu com bastante luz natural nas salas?...
pois mas não se trata de dinheiro...que mer..!

izzolda disse...

Eu sei que há muitas condicionantes e limites orçamentais para quem manda, para quem projecta e para quem constrói. Mas não deixas de ter toda a razão em todos os pontos. Eu culpo toda a gente envolvida e pronto :)

indigente andrajoso disse...

ai manual...

extintores, é costume usar-se o vermelho, tal como é a cor do combate ao fogo (cor dos bombeiros) mas ha extintores prateados e tambem há verdes.

protecção uv, sabes mesmo se os vidros nao tem protecção uv? não da para ver pelicula? ora, os vidros com protecção solar tem caracteristicas identicas aos normais, esta protecção pode ser feito tanto na face exterior como interior tornando impossivel de diferenciar.

achas mesmo que os consultores e fiscais da obra tal como o cliente ou directores do museu permitiriam que não existeisse protecção?